07 novembro 2007

 
EXÉRCITOS DE UM HOMEM SÓ

Este artigo, escrito em 2006 (no tempo que o Coríntians brigava por ganhar campeonatos e não por não ser rebaixado), mostra que as coisas, nas empresas, podem acontecer como nos times de futebol, que afinal, não deixam de ser empresas.

No final de semana que se passou, tivemos a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Independente dos problemas cardíacos pelos quais vários torcedores de um time passaram, na esperança de que este se sagrasse campeão por antecipação, não é sobre este lado, o lado dos vencedores, que quero falar.
Quero olhar para a outra ponta da tabela. Lá na parte de baixo, onde estão os desesperados, rebaixados, enfim, os que, no ano que vem, não farão mais parte da "elite do futebol".
Interessante notar que, em penúltimo lugar, aparece o Paysandú, do Pará. Com apenas 41 pontos ganhos, o clube do norte já faz parte da Segundona. Mas o mais paradoxal é que possui o artilheiro do campeonato. Pasmem, o Robson (Robgol) consignou 21 gols. Claro que não foram suficientes para segurar a equipe na primeira divisão. Mas, não é estranho? Um time rebaixado tem o artilheiro do campeonato?
Não é tanto assim. Se olharmos para o número de gols marcados do Paysandú (62 ao todo), veremos que apenas Robson fez 33,9 % dos gols da equipe. E qualquer marketeiro sabe que, qualquer produto, canal ou cliente que represente mais do que 25 % de nosso faturamento significa risco. Como futebol não se ganha apenas marcando gols (tem que não tomar também) vejam que o pobre clube paraense sofreu 88 gols sendo, de longe, a defesa mais vazada do campeonato.
Vejamos mais um caso de quem frequentou este lado da tabela por um bom tempo, o Vasco da Gama. Ele tem o segundo artilheiro do campeonato (o bom e velho Romário "Esse é o cara") com 20 gols, dos 71 marcados, ou seja, 28,2 %. De novo vemos a dependência de uma única fonte de gols. Para complicar, o time carioca teve outro artilheiro, o Alex Dias, com 19 gols. Somando os dois, teremos quase 55 % dos gols do Vasco saíram de 2 pés. E o clube carioca tem a segunda defesa mais vazada do campeonato (83 gols).
Na outra ponta da tabela, temos o virtual campeão, Corínthians, que tem o argentino Tevez com 19 gols (22,3 % dos 85 gols marcados) e tomou apenas 56.
Resumindo. De que adianta ter um grande ataque, se a defesa é ruim? De que adianta ter um grande goleador, se o resto do time não contribui?
E, em muitas empresas, vemos exatamente isto. Exércitos de um homem só tentando marcar gols desesperadamente, enquanto o resto do time é uma peneira. Equipes têm este nome exatamente por isso. Para que sejam coesas e que trabalhem juntas. Vemos, muitas vezes, vendas vender e produção não produzir. Ou, em outros casos, produção produzir e vendas não vender. Onde está o problema? Porque as coisas não acontecem juntas?
Por um motivo simples. Planejamento. Não quero dizer com isso que, um planejamento vai resolver todos os problemas de uma empresa, mas, que vai minimizar as arestas, lá isso vai, pois todo mundo vai saber o que deve fazer e como deve fazer e ninguém vai ser pego de surpresa.
Aí sim, o ataque vai fazer gols, a defesa vai evitar, o saldo vai ser positivo e nos manteremos na primeira divisão.
Simples assim.

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