29 setembro 2006

 
A QUEDA DA BASTILHA
Outro artigo, quase profético, escrito em 28 de outubro de 2002, logo após Luiz Inácio Lula da Silva ser declarado o vencedor das eleições para presidente da República. A gente viu no que deu.

Ontem, pela primeira vez na história política da nação, um membro da esquerda foi eleito para presidir o país.
Que significado tem este fato em um país onde a esquerda sempre esteve entranhada nas universidades e na classe artística e nunca verdadeiramente na alma do cidadão comum ?
Eu quero crer que o que aconteceu ontem foi um fenômeno parecido com o da Revolução Francesa onde o povo foi às ruas para depor um governo que não dava a mínima para seus pequenos problemas ("Se o povo não tem pão, que comam bolos" - disse Maria Antonieta) enquanto a linhagem dos Luízes se esbaldava em festas e comilanças.
Liderados por Robespierre, Marat e outros, o povo francês foi às ruas na busca de melhores condições sociais e depôs o velho sistema.
No Brasil pode-se dizer que o mesmo fato se deu. Preocupado (e não digo sem razão) com a inserção do país na economia mundial, no controle da inflação e na modernização do país, o governo FHC fez pouco (ou não pode fazer nada) pelo tal do Social (ainda que eu ache que acabar com uma inflação de 80 % a mês foi o maior feito social já realizado no país).
Se no primeiro mandato muitas mudanças foram feitas, no segundo o povo não entendeu assim e clamou por mais. E não obteve resposta. De repente, parece que o governo ficou surdo ao clamor das ruas e continuou dando lancetadas contra o dragão da inflação que já estava agonizante (ainda que não morto). Com isto ganharam os bancos. E o povo se chateou com isto, pois pareceu que a administração do segundo mandato apenas se preocupou em engordar os lucros do sistema bancário (que de bobo nunca teve nada e aproveitou a situação).
E aí, qual Maria Antonieta, Fernando Henrique Cardoso parece que se isolou do país abrindo espaço para Luiz Inácio Lula (Robespierre???) da Silva tivesse a chance de conquistar o Palácio do Planalto, derrubando a Bastilha de Surdez.
Dizem que a história sempre se repete. Quero lembrar que, na França, a tal Revolução tirou o país das mãos dos tresloucados Luízes, mas entregou de bandeja nas mãos do tirano Napoleão.
Eu espero que, desta vez a história não se repita, pois talvez possamos ser jogados de volta nas mãos dos governos ditatoriais de direita revertendo todo o quadro de avanços democráticos conseguidos até então.
Lembrem-se que, no infinito, o Alfa e o Omega se encontram. Porque não a direita e a esquerda???

 

DE MÉDICO, MARKETEIRO E LOUCO
TODOS NÓS TEMOS UM POUCO

Depois da postagem do último e-journal, uma pessoa de Sobral (CE) me escreveu perguntando se eu não tinha algum texto que falasse sobre marketing na área da saúde. Ter, na verdade, eu não tenho, mas me lembrei de "case" (que o Madia chama de Causo) de um plano de marketing para uma clínica psiquiátrica que a gente fez já faz uns sete anos.
A estória começou em uma festa na casa de um amigo, que me apresentou um médico psiquiatra e foi logo dizendo: "Quero que você conheça um grande marketeiro." De novo aquela dúvida (é elogio ou ironia ?).
De largada o doutor começou a falar que tinha uma clínica psiquiátrica que vinha passando por dificuldades, pois tinha apenas 50 % dos leitos ocupados e estes eram de clientes de convênio, cuja rentabilidade era pequena. Tinha bolado já um plano de fazer anúncios em VEJA SP e de colocar um imenso "back light" na frente da clínica para atrair clientes e queria saber se eu poderia ajudá-lo na criação.
Lembrei de uma frase que o amigo José Xavier Borges Jr. sempre diz: "Mas vale uma resposta errada para uma pergunta certa, do que uma resposta certa para uma pergunta errada." E era o caso. O cliente em questão, que além de médico de loucos estava pronto a cometer uma insanidade, pois se achava conhecedor do assunto, tinha pronta em sua cabeça um diagnóstico calcado na definição errada que se tem do marketing, que é o ato de fazer publicidade ou propaganda, como se esta fosse a única forma de de obter clientes. Para não alongar muito a discussão disse que seria necessário que eu conhecesse a clínica para poder entender melhor o produto e comunicá-lo de forma adequada.
Pedi que fosse realizada uma reunião entre eu e os seis sócios da clínica para "colher dados".
O que eu queria na realidade era fazer um diagnóstico mais elaborado do produto para poder definir um plano de ação que fosse realmente funcional. A reunião foi marcada com os seis médicos e lá fui eu conhecer um hospital psiquiátrico que eu apenas tinha noção de ouvir falar do Pinel ou do Franco da Rocha e de ter assistido o filme Um Estranho no Ninho.
Quando lá cheguei, tive uma agradável surpresa, pois o lugar era muito bonito, às margens da Represa do Guarapiranga (Zona Sul de São Paulo) e com um largo espaço ao ar livre, além de ser um imóvel muito amplo e confortável, possivelmente uma antiga sede de alguma fazenda da região.
Depois de conhecer as instalações, vem a reunião e eu já havia notado vários ítens e conversado com vários enfermeiros para poder tomar o pulso do paciente. Minha primeira pergunta foi:
"Vocês fazem cirurgias aqui?" Ante a resposta negativa, disparei. "Então porque este ar esterilizado com luzes frias e paredes nuas?" A resposta óbvia foi: "Porque é um hospital." E não era verdade. Pelo que entendo de loucura (vide o título do artigo) internar um paciente em um ambiente daquele só o faria ficar mais deprimido, pois ele teria a consciência de que estaria em um hospital.
Segunda pergunta: "Quem é o seu cliente ?" Resposta: "São pessoas com dependência química (drogas e álcool), problemas emocionais, etc ?"
Outro engano. O cliente é aquele que se beneficia do produto e, neste caso, não é o doente é a família que tem um problema em seu seio e quer solucioná-lo. Além do que, é ela que vai pagar a conta. E a família não vai querer entregar seu ente querido para uma instituição fria, quando o que eles esperam é que ele seja acolhido e não internado.
Mais uma pergunta: "Como é mesmo o nome de seu cliente ?" Resposta: "Paciente." Mais um equívoco. Eu o trataria por hóspede, que vai ter, claro, um tipo diferenciado de atendimento, mas é um hóspede.
Outra pergunta: "Como é que o cliente chega até aqui ?" A reposta foi: "Através da indicação de psiquiatras." Ora, se é um psiquiatra que indica, porque vou fazer anúncio para o público em geral ?
Depois de algumas perguntas, pedi alguns dias para poder montar a "criação". Mas o que na verdade montei foi um plano de marketing que se baseava em três pontos principais:

1) Banho de loja na clínica para torná-la mais humana (plantas, almofadas, quadros, iluminação indireta, etc.)
2) Treinamento da equipe interna, inclusive dos médicos, para mudança de conceito de atendimento (de paciente para hóspede);
3) Montagem de um banco de dados com médicos psiquiatras da capital de cidades localizadas em um raio de 100 km da capital e convites pessoais (pelo telefone e feito pelos próprios médicos) para uma visita às novas instalações da clínica (open house).

Foi uma luta convencer os seis médicos que este plano era melhor que o "back light" e a VEJA SP, mas consegui.
O resultado?
Em 9 meses a clínica estava lotada de pacientes particulares e os médicos "loucos" de alegria.

 
O MARKETING ... SEMPRE O MARKETING ...
Em Outubro de 2002, como se antevendo o que fariam Marcos Valério e outros "Marketeiros", escrevi este artigo altamente premonitivo.

Toda vez que sou apresentado, quer seja em alguma palestra, ou para um grupo de pessoas em reuniões sociais ou negociais, sou apresentado como "marketeiro". Eu eu ainda não sei se devo me sentir lisonjeado ou ofendido por ser designado assim.
Lisonjeado, pois a tarefa do marketing, antes de enganar incautos, é zelar pela imagem das empresas e seus produtos. Dentro desta preocupaçào está a melhoria contínua do mesmo, a melhoria constante do atendimento ao cliente e, claro, a melhor rentabilidade da empresa.
Entretanto, parece que, nos últimos tempos, apenas a última premissa é que tem sido praticada, pois o objetivo das empresas tem sido apenas ganhar. E muito. Até aí, nada de mais, se as expectativas dos clientes fossem plenamente satisfeitas e a citação de John Kenneth Galbraith ("Toda empresa existe para satisfazer plenamente aos seus clientes. O lucro ou prejuízo que ela obtém nesta atividade, mostra o quão bem ou mal ela faz isso") fosse levada a sério.
Ofendido, porque, hoje em dia, tudo o que aparentemente não presta é produto do marketing. Basta alguma pessoa não gostar de alguma coisa de sucesso para taxar definitivamente: "É puro marketing." Desta forma, parece que para vender bons produtos não é preciso fazer força, aliás muito pelo contrário. Mas para empurrar porcarias para o consumidor é preciso muito marketing.

Na realidade o marketing empurra os dois. Só que o bom produto/serviço traz boas lembranças e claro que os méritos são dele. Mas o mau produto/serviço traz péssimas lembranças e aí o marketing paga o pato.
De maneira geral, o marketing está embutido em todos os produtos, quer de uma forma maciça ou "low profile", de uma forma profissional ou amadora, mas ele está lá. Quer ver. Ontem milhões de brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente e, claro, o marketing esteve presente, em alguns casos ajudando, em outros atrapalhando e em outros não podendo fazer nada.
Onde ajudou ? No Lula. A nova embalagem light do "capo" do PT o tornou mais digestível. O abandono da esquerda extrema, para uma proposta mais negociadora e política, ampliou o espectro de aceitação e consumo do candidato
Onde atrapalhou ? No Serra. A falta de posicionamento do candidato que nunca se definiu como sendo do governo o fez ser a antítese de si mesmo, ou seja, como ele pode ser um candidato de mudanças se ele é sucessor do Fernando Henrique. Faltou assumir isto e todos os riscos implícitos, mas poder contar com os votos dos 35 % que definem o governo FHC como sendo bom ou ótimo. Já seria 35 % de votos na largada.
Onde não adiantou ? No Ciro. E também no Garotinho. Não houve jeito, nem mídia e nem campanha que sustentasse produtos sem consistência. E este é um problema. Um sabonete, um refrigerante, um pacote de açúcar, um torno, um instrumento de medição, enfim, um produto, não fala e, portanto, não diz bobagens. Se um destes produtos citados não agradar, a gente recolhe, muda a formulação, muda a embalagem e lança de novo com grande chance de sucesso. Em outras palavras, a gente mata o passado do produto. Com um candidato não dá para fazer isto (Maluf).
De qualquer forma, fica provado que nem uma boa estratégia de marketing consegue salvar um mau produto e que uma má estratégia quase tira o PSDB do segundo turno. Por isso pessoal, quando cruzarem com um "marketeiro", como eu, repensem um pouco na nossa profissão. Acho que a gente devia ter até um adesivo de carros daqueles que dizem assim:
"Sem farmacêutico, não há remédio."
"Sem advogado não se faz justiça."
"Consulte sempre um astrólogo."
O nosso podia ser assim:
"Marketeiro. Não saia para o mercado sem ele."

 

QUATRO LIÇÕES BÁSICAS DE SOBREVIVÊNCIA NO EMPREGO
Este texto me foi enviado por José Xavier Borges Júnior e é muito interessante para àqueles que militam em grande organizações. Fiz questão de publicá-lo pois é bastante atual.

Lição número um:
Um urubu está pousado numa árvore não fazendo nada o dia todo. Um coelhinho viu o urubu e perguntou: - Posso sentar como você e ficar fazendo nada o dia todo ? O urubu respondeu: - Claro, por que não ? Assim, o coelhinho sentou-se embaixo da árvore e ficou descansando. Subitamente apareceu uma raposa que saltou sobre o coelho e o comeu.
MORAL DA HISTÓRIA: Para ficar sentado sem fazer nada, você precisa estar sentado muito, mas muito alto.
Lição número dois:
O peru estava batendo papo com o touro. - Eu adoraria ser capaz de chegar ao topo daquela árvore - suspirou o peru. Mas não tenho força. - Ora, por que você não come um pouco do meu esterco ? replicou o touro. Ele tem muitos nutrientes. O peru bicou um pedaço de esterco e verificou que realmente isso lhe dava a força necessária para chegar ao primeiro galho de árvore. No dia seguinte, depois de comer mais uns bons nacos de esterco, ele chegou ao segundo galho. Finalmente depois de duas semanas, comendo esterco de boi, de búfalo, das zebras, etc.., ele estava orgulhosamente empoleirado no alto da árvore. Imediatamente foi visto por um fazendeiro que atirou nele.
MORAL DA HISTÓRIA: Qualquer bosta pode levar você ao topo, mas não manterá você lá.
Lição número três:
Quando o corpo foi criado, todas as partes queriam ser o Chefe:
O cérebro foi logo dizendo : Eu deveria ser o Chefe porque controlo todas as respostas e funções do corpo. Os pés disseram: Nós deveríamos ser o Chefe porque carregamos o cérebro para onde ele quiser ir. As mãos disseram: Nós é que deveríamos ser o Chefe, porque fazemos todo trabalho e ganhamos o dinheiro. E assim foi com o coração, pulmões, olhos, até que chegou a vez do cú falar.
Todas as partes riram do cú querer ser o Chefe. E foi daí que ele entrou em greve, bloqueou-se e recusou-se a trabalhar. Em pouco tempo os olhos ficaram vesgos, as mãos crisparam, os pés se retorceram, o coração e os pulmões entraram em pânico e o cérebro teve febre. No final todos, concordaram. Todas as outras partes fizeram seu trabalho e o Chefe sentou e deixou a merda passar.
MORAL DA HISTÓRIA: Você não precisa de cérebro para poder ser um Chefe, qualquer cuzão pode ser.
Lição número quatro:
Era uma vez um pardal cansado da vida. Um dia, resolveu sair voando pelo mundo em busca de aventura. Voou até chegar numa região extremamente fria e foi ficando gelado até não poder mais voar e caiu na neve. Uma vaca, vendo o pobre pardal naquela situação, resolveu ajudá-lo e cagou em cima dele. Ao sentir-se aquecido e confortável, o pardal começou a cantar. Um gato ouviu o seu canto e foi até lá, retirou-o da merda e o comeu.
MORAL DA HISTÓRIA: 1) Nem sempre aquele que caga em cima de você é seu inimigo; 2) Nem sempre quem tira você da merda é seu amigo; 3) Desde que você se sinta quente e confortável, mesmo que esteja na merda, conserve seu bico fechado.

 

EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE...
MAS QUEM DISSE QUE ESTÁ GANHANDO???

Dentre as várias definições de marketing que permeiam a literatura e os meios acadêmicos, existe uma que eu acho perfeitamente aplicável à realidade brasileira, não porque seja da minha autoria, modéstia à parte, mas porque reflete como o empresariado brasileiro (com raras exceções) encara o marketing no país:

“MARKETING É AQUILO QUE A GENTE NÃO FAZ QUANDO ESTÁ BEM, PORQUE NÃO PRECISA”.
E NÃO FAZ QUANDO ESTÁ MAL, PORQUE NÃO TEMOS DINHEIRO."

Entrei neste assunto nesta edição do e-journal, porque para muitas empresas o ano de 2002 ainda não começou. Por onde a gente passa e conversa a sensação é sempre a mesma: "Ih, Tá tudo parado, as vendas andam ruins, o mercado está arredio, etc, etc, etc...".
Eu queria entender onde está a paradeira, se você anda na rua os carros estão rodando e abastecendo, as pessoas estão pegando suas conduções, e a vida está continuando??? Outro dia tive que dar uma passada em um hiper-mercado. Grande coisa, todo mundo faz isso. Neste caso era, para mim, um fato novo, pois eram 4 horas da tarde de uma quarta-feira e confesso que nunca tinha ido a um hiper-mercado num dia e numa hora destas. Sabe o que encontrei? O hiper-mercado cheio, com gente passando pelos caixas com os carrinhos cheios, consumindo e girando mercadorias.
Portando, a coisa não deve estar tão complicada assim. E sabe porque não? Porque a dona de casa que está atrás do carrinho não está nem aí se a candidatura deste ou daquele alavanca ou despenca o dólar ou a bolsa. Porque o povo está se lixando se der esquerda ou direita. E não é só aqui não. Veja o índice de abstenções às urnas em países onde o voto não é obrigatório. É alto.
Então porque as empresas estão tão assustadas? Por um único motivo. O país, assim como o mundo, vive de momentos de alta e de baixa na economia, um eterno expande e encolhe que funciona desde que o mundo é mundo. Nos países onde a cultura de marketing funciona, a galera investe em promoção de produtos nos períodos de vacas gordas para poder tirar o máximo do momento de pico. E investe em promoção de produtos nos períodos de vacas magras para não serem esquecidos, pois quando o período de vacas gordas retornar eles estarão por cima. Resumindo, investem em marketing sempre.

26 setembro 2006

 
SOMOS CAMPEÕES ... SEMPRE ...
Este artigo foi escrito imediatamente após a conquista do PENTACAMPEONATO MUNDIAL DE FUTEBOL e, por isso mesmo, ainda sob a forte emoção da conquista.

O grito que estava abafado na garganta desde 98, por fim saiu. O Brasil é Penta. Aliás, na minha opinião sempre foi. Sim porque todos os dias, milhões de Rivaldos, Ronaldinhos e Ronaldinhos Gaúchos, saem de suas casas para, com malícia, garra, determinação e talento, movimentar esta que é uma das 10 economias do mundo e o faz com competência.
Da mesma forma que nosso povo, nossos craques souberam vencer as adversidades, o pessimismo, a torcida contra e, a cada jogo que vencia, os defeitos iam desaparecendo e as críticas dando lugar aos elogios. A defesa, que antes era uma peneira, agora é o ponto alto da equipe. O "bichado" Ronalda Nazário, vira artilheiro e quase um deus. O Cafú, que antes não podia jogar porque não sabia cruzar, sobe irreverente ao pódium e ergue a taça. E o Rivaldo então, porque não joga na seleção o que ele joga no Barcelona ? Mas está prestes a virar o melhor da Copa.
É que o brasileiro é assim. Apaixonado pela bola. A Copa que iniciou timidamente, foi, a cada jogo, pintando as casas, as janelas e os automóveis de verde-amarelo.
Agora que ela acabou e o sonho do penta virou realidade, é hora de mantermos as bandeiras desfraldadas e o ânimo mais do que aceso, pois é este povo que pinta a cara, as ruas e o placar é que pinta as cores da economia do país. E não os sisudos senhores da economia.
E para mostrar como isto está correto, o Brasil é Penta campeão do mundo, apesar da CBF ser dirigida por Ricardo Teixeira. Continua sendo uma das maiores economias do mundo, apesar das empresas brasileiras não terem a coragem de se globalizar e conquistar troféus lá fora, como os Ronaldinhos fizeram.
Continua ser um grande país apesar de seus políticos, que se instalam no Congresso e legislam em causa própria.
Sobreviveu a Collor e outros tantos famigerados líderes que sempre atravancaram a grandeza da nação.
Ou seja, o Brasil é um grande país, apesar de suas "lideranças".
Ainda hoje ouvimos Brizolas, Quércias, Malufs e gente carcomida e antiga, se não de idade, pelo menos de idéias.
Mas a bola rola é no campo. E lá o brasileiro faz das tripas chuteiras para marcar seus gols diários e garantir o leite das crianças. Enquanto isto nas Associações de Classes, nos Sindicatos (patronais e de empregados), em Brasília e outras capitais, nas presidências e vice-presidências das empresas, na Igrejas, e em outros lugares, só existe gente trabalhando para atrapalhar. Para fazer com que o jogo vá para os pênaltis, pois assim se ganha mais dinheiro.
Mas sempre há de surgir um Rivaldo, um Ronaldo ou um Ronaldinho Gaúcho para mostrar que, quando a coisa é jogada com seriedade vale o que dizia a antiga canção:

"Com o brasileiro, não há quem possa."

 

TRADIÇÃO NÃO GANHA JOGO.
E NÃO SEGURA MERCADO ...
A copa do mundo de 2002 corria solta e a seleção do Felipão, ainda que desacreditada, dava pinta de que não iria decepcionar. Mais um motivo para um artigo.

Esta Copa do Mundo está propiciando, para os marketeiros de plantão, excelentes oportunidades de exercitarmos nosso raciocínio estratégico de marketing. Nestas linhas quero levar um raciocínio sobre os 4 semi-finalistas da Copa.
Dentre eles, temos dois times que representam a tradição das Copas (afinal somam 7 títulos mundiais ao todo) e outros dois que nunca significaram nada em termos de tradição futebolística. Outras seleções de marca (com grande potencial para conquistar o título) ficaram pelo caminho. A Argentina, o grande bicho papão, ficou para trás. Acompanharam a toada a França, cantada em verso e prosa, Itália, que em todas as copas se arrasta até a fase final ou semi-final, Portugal, a grande revelação, Espanha, que nada, nada e ... nada, enfim, sobraram, das grandes "marcas do futebol", Alemanha e Brasil. Mas aí que vem o mais engraçado. Estas duas marcas chegaram ao Oriente absolutamente desacreditadas, pois ambas se classificaram na bacia das almas e muitos poucos acreditavam que passariam das oitavas. Mas estão lá. Outras duas seleções são ilustres desconhecidas. Ou pelo menos não tem "brand".
Nesta altura você, leitor, deve estar se perguntando, o que tem a ver marketing com esta papagaiada ?
Simples. Se, por um lado, grandes marcas do futebol chegaram ao torneio sustentadas por uma tradição e por uma classificação nas eliminatórias, não tiverem a competitividade para chegar ao final da Copa. Quem teve ?
Duas seleções desacreditadas e que tiveram que mostrar serem competentes e outras duas que nunca chegaram lá.
Na Copa do mercado também está acontecendo algo parecido. Marcas que tinham tudo para ser campeãs de vendas, estão perdendo espaço para produtos que aportam desconhecidamente nas prateleiras e nos portfólios das empresas.
No segmento suco de frutas, por exemplo, Sucos Del Valle é um caso interessante. Chegou quieta, sem alarde e foi, aos poucos, ocupando, com competência as geladeiras dos consumidores e se tornando um produto de um giro muito grande. Sem propaganda, sem tradição, sem grandes promoções. Apenas um produto de qualidade, suportada por um distribuição bem organizada. E o resto, veio do velho boca a boca.
Epa ! Então quer dizer que a propaganda não é mais a alma do negócio ? Claro que é. Mas não só ela. Em primeiro lugar, temos que ter um produto honesto, que prometa e cumpra e não apenas um produto super valorizado e que, quando consumido, não satisfaça as necessidades dos clientes. Em segundo, há a necessidade de um preço justo. Depois, uma promoção que deixe transparecer tudo isto que, aliada a uma distribuição que leve este produto o mais perto possível do consumidor, faz com que a taça dos sucos fosse deles.
Puxa !!! Mas não é a boa e velha Teoria dos 4 P's ? Ela mesma. Porém, agora, devido a mudança do comportamento do mercado, travestida, como já abordamos nos e-Journals 6, 7, 8 e 9.
Mas uma coisa é fundamental em todo este esforço. Trabalho, muito trabalho. Não apenas o trabalho físico de treinar e se preparar para a competição, mas principalmente trabalho estratégico de poder se planejar para enfrentar uma missão como esta. No caso de mercado significa, estudar o mercado e a concorrência, montou um plano de ação, usar criativamente os recursos disponíveis, planejar as ações passo a passo, entender como funcionam as regras do jogo e adaptar-se para jogá-lo manter alta a motivação da equipe e, principalmente, perseguir freneticamente o objetivo (que muita gente chama de teimosia).
Assim como o mercado, a Copa do Mundo mudou e vem se tornando cada vez mais competitiva. Só aqueles que usam o que citei anteriormente têm a chance de chegar lá. O Brasil usou. Estudou a concorrência e viu como ganhar de cada um. Montou uma estrutura básica (o tal 3-5-2 que todo mundo criticou). Usou os recursos humanos disponíveis (que até podem não ser os melhores) de forma criativa e versátil (ainda que às vezes em discordância com a maioria). Planejou e se estruturou para cada jogo. Sabe como funciona as regras do jogo, onde cada vitória, ão importa por que placar é importante e adaptou-se a elas. Manteve a equipe sempre motivada e protegida da saga da crítica. E, principalmente, perseguiu implacavelmente, contra tudo e contra todos, o objetivo
Agora, na final encontram-se as duas seleções mais pragmáticas da copa. As mais objetivas, as com melhores ataques e as com melhor campanha.
Mas as igualdades terminam aí, pois a gente tem mais talento do que eles. E talento é o que vai fazer a diferença quando duas seleções (ou produtos) são absolutamente iguais.

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