28 maio 2008

 

O MELHOR DO BRASIL É ARGENTINO.

Este artigo foi escrito ao término de um campeonato brasileiro onde o Tevez foi eleito o melhor do certame.

Nada contra nossos vizinhos. Mas ontem me dei conta que o Tevez foi eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Gente, parece que o Brasil não tem talentos suficientes, isto só para falar de futebol. Mas onde estão eles? Basta olhar para a lista de convocados do Parreira para ver que quase todos, senão todos, estão jogando em times de fora do Brasil. E para o campeonato brasileiro, daquele país que é pentacampeão do mundo (em vias de ser hexa), o que sobrou?
Praticamente nada. Os ídolos dos clubes são: Edmundo, Romário, Marcos, Rogério Ceni e outros, que se a gente for ver, já estão com mais de 30. Resumindo, os jovens talentos se vão.
Mas parece que isto é uma rotina quando se trata de Brasil. Não que eu queira botar a culpa de tudo no Governo da Revolução, mas foi lá que a coisa começou. Começamos a "exilar" talentos por medo do que suas idéias poderiam fazer contra a manutenção da "ordem". E, de tanto nos acostumarmos a não convivermos mais com eles, continuamos na prática de "exilar" (agora na forma de exportar) talentos.
Na política, por exemplo, se não exilamos, nem exportamos novos talentos para a administração pública séria, conseguimos criar uma barreira de ogeriza à coisa pública de forma a afastar quem tenha um pouco de inteligência e coregem para tentar mudar a ordem das coisas.
Se é assim no futebol, como será nas empresas? Estamos realmente capacitados a atrair e manter talentos dentro de nossas fileiras?
Atrair, até que é fácil, pois a luta para se conseguir um bom emprego não está tão fácil assim os nossos jovens universitários, saídos das carteiras estudantis, vêm para nossas organizações cheios de idéias, ideais e com garra para mudar as coisas. Aí é que a coisa pega. Começam a "bater" contra a muralha da organização e enfrentam uma onda de frases do tipo:

"Vai devagar, as coisas aqui não são assim."
"Você é novo ainda. Com o tempo aprende que as coisas não funcionam bem assim."
"Na teoria da escola, esta idéia pode funcionar, mas na prática do dia-a-dia, não vai dar certo."

E toda aquela vontade de mudar as coisas vai definhando e a pessoa vai se amalgamando à estrutura e convivendo com ela. Ou é "exportado" para o mercado de trabalho, para outra atividade, que não tem nada a ver com que ele estudou. Porque é difícil mudar a ordem das coisas.
Cazuza já dizia em uma de suas músicas "Pois aquele garoto que queria mudar o mundo, frequenta agora as festas do "Grand Monde".

E, assim, os talentos desaparecem. E com eles, a competitividade. E, possívelmente o país.

Talvez eu esteja sendo meio trágico, mas Renato Russo já previu quando cantou: "Mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão, quando vendermos todas as almas, de nossos índios em um leilão..." Se a gente ler "talentos" ao invés de "indios".....

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